A história que se segue passa-se no fantástico universo paralelo “criado” por Octávio dos Santos na sua obra “Espiritos das Luzes”. Como é obvio este pequeno conto não se destina a publicação em livro sendo apenas uma pequena homenagem a este grande autor J. O livro em que este conto se baseia pode ser adquirido através do blog do referido autor que está adicionado logo acima da minha foto na lista dos Blogs.
Apesar de, como disse, ser uma homenagem a este autor e amigo em cujo universo por ele imaginado o conto se passa, também introduzi uma temática de “história alternativa” imaginada por mim próprio: e se o pacto entre Hitler e Estaline continuasse e levasse a uma aliança efectiva destas duas ditaduras contra o Mundo Livre?
“Dia de Verão”
Ferreiros, Douro, Planeta Portugal, Segunda-feira, 10 de Agosto de 2009:
Passou mais um dia de férias fantástico aqui na aldeia ! Sabe bem nas férias estar aqui no meio rural uns tempos depois de um ano passado na cidade, especialmente em Lisboa onde estudo. Não que desgoste da capital do nosso planeta muito pelo contrário, adoro a agitação e cosmopolitismo dessa cidade imensa onde se vê um pouco de tudo… e de todos os seres inteligentes do nosso Universo, mas é bom variar e relaxar nas férias .
Esta manhã e como é meu costume nas férias de Verão passei-a a dormir acordando para almoçar.
Durante o almoço com a minha família o telejornal quase só falava na efeméride que hoje se assinala, bem e não é para menos, afinal foi hoje precisamente há 20 anos atrás que se desenrolaram os acontecimentos que puseram fim à “Guerra Fria” e abriram as portas à Democracia libertando o Universo do jugo tirânico das duas superpotências ditatoriais simultaneamente falidas: o III Reich e a URSS. E não é para menos, acho bem que se lembre o que se passou.
Desde que esses 2 planetas , a Alemanha e a Rússia, se aliaram contra o resto do cosmos na II Guerra Universal, (seguindo o conselho dos astronomos e astrologos de ambos os mundos que fizeram ver tanto a Hitler como a Estaline a vantagem estratégica (sobretudo baseada nos movimentos planetários do Sistema Solar Europeu) de uma aliança dos regimes apesar das diferenças) não apenas a Galáxia da Terra e a sua vizinha a galáxia americana, mas todo o universo passou os seus piores momentos.
Esses dois planetas subjugaram tudo, primeiro pela conquista da Europa o mais importante sistema solar da Terra mas sobretudo após a derrota que infligiram aos EUA e seus aliados na Galáxia da América.
O universo transformou-se num verdadeiro inferno. Esses 2 regimes brutais dominaram tudo, e “bipolarizaram” e subjugaram todo o cosmos ora aos interesses de Berlim ou de Moscovo. E apesar de após a derrota americana a aliança germano-soviética se ter quebrado e os dois regimes se tornarem rivais terríveis na Guerra Fria que se seguiu, tirando meros pormenorezinhos ideológicos ou económicos no fundo nenhum era melhor que o outro. Atrevo-me mesmo a dizer que cada um era pior que o outro! Ambos cometeram atrocidades e genocídios inimagináveis. É certo que a constelação africana foi a que mais sofreu (embora neste caso mais sob os nazis), mas ninguém escapou, durante mais de 40 anos após a II Guerra o cosmos (mesmo os planetas que eram teoricamente independentes como o nosso) viveu uma autentica Idade das Trevas. Tanto o sistema fascista como o comunista foram horríveis, tanto que penso que terá havido várias ocasiões em que muita gente perdeu completamente a esperança!
Felizmente tudo acabou! Nos anos 80 já ambos os sistemas estavam a cair de podres pelo que todo o Universo vivia numa estagnação económica e descontentamento sem precedentes na História. Duas pessoas foram essenciais para a nossa libertação: Gorbatchev na Rússia e Helmut Khol na Alemanha pois abriram com as suas reformas o fim de ambas as ditaduras. Mas de facto foi a 10 de Agosto de 1989 que se deu o momento decisivo. SS da velha guarda tomaram o poder em Berlim assassinando Khol. Rapidamente a Alemanha entrou em caos pois o povo não aceitava voltar atrás. E nesse mesmo dia deu-se uma revolução liderada pelos militares que com forte apoio popular derrubaram de vez o regime nazi.
No dia seguinte a velha guarda soviética receando um fim semelhante tentou tomar o poder mas fracassou e também o “império” soviético se desmoronou.
Caídos os “patrões”, durante o resto de Agosto de 1989 acabaram por cair todos os regimes satélites de um lado ou outro incluindo o Estado Novo português (satélite do Reich) e por fim a Democracia triunfou num Universo libertado e sem superpotências a oprimi-lo .
No fim até os EUA renasceram reunificados.
Hoje estamos muito melhor claro apesar do cosmos não ser perfeito. Há candidatos a tentarem preencher o vazio que se gerou é certo (os chamados “planetas emergentes” como os EUA, Brasil, Índia, China, etc) mas nenhum tem capacidades de oprimir o Universo como durante a Guerra Fria fizeram o Reich e a URSS e todos são democráticos, nada temos a temer, felizmente a era das superpotências terminou de vez!
Acho bem que se recorde o que se passou para que a História não seja esquecida. Mas adiante :
Depois de almoço estive por casa enquanto passavam as horas da digestão e à tarde fui para a praia. Fui mais uma vez à praia de Aregos junto ao Oceano Douro aqui perto .
Adoro o Douro! Como de costume o mar estava calminho como uma piscina estendendo-se como um manto azul encantado até aos confins do horizonte. Por toda a praia estavam bandeiras verdes como habitualmente.
Adoro a praia de Aregos, é vasta, bonita, maravilhosa, um cenário encantado. Claro que existem praias em meio urbano, mas aqui no “Portugal profundo” são muito mais bonitas, calmas, menos agitadas e claro, em termos de ambiente e qualidade são muito melhores livres da poluição e confusão dos meios urbanos. Aí passei a tarde com aquele cenário maravilhoso. Adoro o mar, especialmente o Douro, sinto-me outro depois de ir aquela praia.
Foi portanto uma tarde como muitas outras, rodeado que estive pela praia, com o mar e a sua água fresquinha à minha frente, com a areia dourada a todo o meu redor e com as montanhas com socalcos de vinhas até ao céu (que tanto caracterizam o Douro) atrás de mim.
Tomei banho, apanhei sol etc, até passei pelo sono.
Tive um sonho estranho, sonhei que estava em Lisboa no Aeroporto do Oriente como costumo estar quando vou a casa à espera do voo Intercidades que me leva ao Porto. Mas por alguma razão desta vez ia no Alfa. Os altifalantes diziam: “Vai dar entrada na Pista 1 o Boeing Alfa Pendular com destino ao Porto”. Mas eu enquanto me tentava dirigir para a porta de embarque não conseguia sair do mesmo sítio pois a mala estava pesada como chumbo lol… mas depressa acordei.
Lanchei ao sol enquanto lia o livro que agora ando a ler: o “Espíritos das Luzes” de Octávio dos Santos. É um livro muito engraçado, passa-se no Iluminismo mas num universo paralelo onde o autor “mete” todo o universo conhecido num mesmo sistema solar, especialmente engraçado está o facto de nessa obra a Terra ser não uma galáxia mas sim um único planeta “miniaturizado” onde curiosamente até a América está incluída sendo um mero continente. Portugal é um país pequenino na cauda de um continente chamado Europa, os nossos continentes são províncias pequenas e os oceanos meros rios. Curioso, se estivesse nesse universo de “Lilliput” talvez esta maravilhosa praia não passasse de uma pequenina faixa de areia junto ao rio Douro onde eu nem sequer caberia lol e conseguiria sem duvida ver o outro lado de tal rio que na nossa realidade está a kilómetros de distância, pois, claro, está na outra margem do oceano. A própria cidade de Lisboa esta extremamente miniaturizada, está mesmo muito engraçado lol. Além disso passando-se no Iluminismo também é um livro muito interessante do ponto de vista histórico. Sempre gostei de História.
De súbito um pensamento me assaltou a mente pensando no noticiário da hora de almoço. Se a Europa não fosse um sistema solar com uma História que se tornou razoavelmente previsível pela observação e previsão dos movimentos dos países-planetas toda a História recente teria sido diferente. Além de nesse caso não terem o apoio dos astrónomos se a Astrologia não fosse uma ciência exacta mesmo que os astrólogos que alertaram Hitler e Estaline existissem provavelmente nunca seriam levados a sério e assim uma guerra entre o Reich e a URSS teria sido quase inevitável. Sem estarem aliados nunca venceriam os EUA que provavelmente seriam uma superpotência se não tivessem sido vencidos. Quer o Reich ou a URSS vencessem uma guerra entre si com apoio ou não dos EUA a um dos lados teriam assim um novo adversário e após o colapso do regime de tal superpotência vencedora nos anos 80 (Reich ou URSS) restaria provavelmente ainda hoje uma superpotência (EUA) a tentar impor a sua vontade no mundo, nesse imaginário “planeta” Terra. Poderiam continuar a haver nações emergentes mas não sei até que ponto adiantaria… mas enfim… acho que apesar de tudo estamos bem melhor num mundo sem superpotências…
Lá continuei na praia mais algum tempo até que de súbito vejo pessoas a acumularem-se no outro extremo junto ao paredão da doca… curioso fui lá ver… e o que era? Uma truta morta tinha dado à costa. Do tamanho de mais de 3 automóveis o peixe morto jazia na areia sem explicação… que estranho… será que afinal sempre há alguma poluição nesta zona… talvez vinda do pequeno aeroporto de Mosteirô? Estarão os aviões regionais da rota da Régua a largarem materiais poluentes no mar? Ou o peixe morreu mesmo de velho…? Nunca cheguei a saber.
No final do dia vim para casa, jantei e estive a ver os planetas com o meu telescópio novo: Espanha (o planeta mais próximo), Itália, Grécia a oeste , a meio do céu altos a sul estavam os planetas britânicos, ou seja a Grã-Bretanha e a sua lua a Irlanda e pouco mais ao lado o planeta França e as suas luas a Bélgica e o Luxemburgo e os 3 planetas escandinavos mais a norte.
A leste estavam a Alemanha e a Rússia brilhantes como dois olhos no firmamento. Claro que com o telescópio além de pormenores das superfícies dos diferentes planetas consegui também ver os “planetas satélites” dos dois gigantes da periferia do sistema solar europeu: Áustria, Holanda, Dinamarca, Suiça e Liechtenstein ,em torno da Alemanha e os países bálticos, a Ucrânia, a Hungria, as republicas Checa e Eslovaca, Roménia, Polónia, Bulgária, etc, em redor da Rússia.
Claro que, dada a imensidão do nosso sistema solar ainda poderia ter visto mais planetas mas de momento não estão visíveis à noite.
Também admirei as várias quentes estrelas duplas e triplas da constelação africana contra a Galáxia da Terra no fundo iluminando o céu de uma ponta a outra como uma faixa luminosa e a seu lado a galáxia da América com especial destaque para a sua estrela mais brilhante: o sol do Sistema Solar do planeta dos EUA.
Depois como já era tarde vim aqui para o quarto escrever neste diário e agora vou dormir. Foi um dia em cheio!
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